segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Santa Maria Faustina Kowalski - Santo do dia 05 de Outubro



A SANTA IRMÃ MARIA FAUSTINA KOWALSKA 
 (1905-1938)



Irmã Faustina com seus familiares (1935)



       A Irmã Faustina Kowalska, apóstola da Misericórdia de Deus conhecida em todo o mundo,
é considerada pelos teólogos como uma pessoa que faz parte de um grupo de notáveis místicos da Igreja. Nasceu no dia 25 de agosto de 1905, como a terceira dos dez filhos numa pobre mas piedosa família de aldeões, em Glogowiec (Polônia). No batismo, que se realizou na igreja paroquial de Swinice Warskie, recebeu o nome de Helena. Desde a infância distinguiu-se pela piedade, pelo amor à oração, pela diligência e obediência, e ainda por uma grande sensibilidade à miséria humana. Apesar de ter frequentado a escola por menos de três anos, no ”Diário” por ela deixado, numa linguagem extremamente transparente, descreveu exatamente o que queria dizer, sem ambiguidades, com muita simplicidade e precisão.
Nesse ”Diário”, escreve ela a respeito das vivências da sua infância:

“... eu senti a graça à vida religiosa desde os sete anos. Aos sete anos de vida ouvi pela primeira vez a voz de Deus em minha alma, ou seja, o convite à vida religiosa, mas nem sempre fui obediente à voz da graça. Não me encontrei com ninguém que me pudesse esclarecer essas coisas”.

       Aos dezesseis anos de idade, deixou a casa paterna para ir trabalhar como empregada doméstica em Aleksandrów, perto de Lodz, a fim de angariar meios para a subsistência própria e ajudar os pais. Nesse tempo o desejo de ingressar na vida religiosa aos poucos ia amadurecendo nela. Visto que seus pais não concordavam com tal decisão, Heleninha procurou sufocar em si o chamado divino.
Anos depois, escreveria em seu “Diário”:
“Numa ocasião, eu estava com uma de minhas irmãs num baile. Enquanto todos se divertiam a valer, a minha alma sentia tormentos interiores. No momento em que comecei a dançar, de repente vi Jesus a meu lado, Jesus sofredor, despojado de Suas vestes, todo coberto de chagas e que me disse estas palavras: “Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu me decepcionarás?” Nesse momento parou a música animada, não vi mais as pessoas que comigo estavam, somente Jesus e eu ali permanecíamos. Sentei-me ao lado de minha irmã, disfarçando com uma dor de cabeça o que se passava comigo. Em seguida, afastei-me discretamente dos que me acompanhavam e fui à catedral de S. Estanislau Kostka. Já começava a anoitecer e havia poucas pessoas na catedral. Sem prestar atenção a nada do que ocorria à minha volta, caí de bruços diante do Santíssimo Sacramento e pedi ao Senhor que me desse a conhecer o que devia fazer a seguir. Então, ouvi estas palavras: “Vai imediatamente a Varsóvia (Polônia) e lá entrarás no convento”. Terminada a oração, levantei-me, fui para casa e arrumei as coisas indispensáveis. Da maneira como pude, relatei a minha irmã o que havia acontecido na minha alma. Pedi que se despedisse por mim de meus pais e assim, só com a roupa do corpo, sem mais nada, vim para Varsóvia (Diário, 9).
      Em Varsóvia (Polônia), procurou um lugar para si em diversas comunidades religiosas, mas em todas foi recusada. Foi somente no dia 1 de agosto de 1925 que se apresentou à Congregação das Irmãs da Divina Misericórdia, na Rua Zytnia, e ali foi aceita. Antes disso, para atender às condições, teve que trabalhar como empregada doméstica numa família numerosa na região de Varsóvia, para dessa forma conseguir o enxoval pessoal.
Ela descreveu em seu “Diário” os sentimentos que a acompanhavam após ter ingressado
na vida religiosa:

“Sentia-me imensamente feliz, parecia que havia entrado na vida do paraíso.
O meu coração só era capaz de uma contínua oração de ação de graças”
(Diário, 17).


    A irmã Faustina escreveu também que à perfeição chegamos através da união íntima da alma com Deus, e não por meio de graças, revelações ou êxtases. Ela se manteve sempre tão humilde que não acreditava, na sua própria experiência mística, haver um sinal de santidade. Expressou todo o seu amor ao Senhor por meio de uma fórmula muito simples, que fez questão de propagar entre os fiéis: "Jesus, confio em vós"
       Na congregação recebeu o nome de irmã Maria Faustina. Realizou o noviciado em Cracóvia e foi ali que, na presença do bispo Estanislau Rospond, professou tanto os primeiros votos religiosos como, passados cinco anos, os votos perpétuos de castidade, pobreza e obediência. Trabalhou em diversas casas da Congregação, porém permaneceu mais tempo em Cracóvia (Polônia), Vilna (Lituânia) e Plock (Polônia), exercendo as funções de cozinheira, jardineira e porteira. Exteriormente nada deixava transparecer a sua profunda vida mística. Ela cumpria assiduamente as suas funções, guardando com zelo a regra religiosa. Era recolhida e silenciosa, embora ao mesmo tempo fosse desembaraçada, serena, cheia de amor benevolente 
e desinteressado para com o próximo. O severo estilo de vida e os extenuantes jejuns que ela se impunha antes ainda de ingressar na Congregação enfraqueceram tão severamente seu organismo que já no postulado teve de ser encaminhada para tratamento de saúde.
      Após o primeiro ano do noviciado vieram as experiências místicas extremamente dolorosas – da chamada noite escura, e depois os sofrimentos espirituais e morais relacionados com o cumprimento da missão que havia recebido de Jesus Cristo. Irmã Faustina ofereceu a sua vida a Deus em sacrifício pelos pecadores, a fim de salvar as suas almas, e por essa razão foi submetida a numerosos sofrimentos.
      Nos últimos anos de vida intensificaram-se as enfermidades do organismo: desenvolveu-se a tuberculose, que atacou os pulmões e o trato alimentar. Por essa razão, por duas vezes, durante alguns meses, permaneceu em tratamento no hospital.
       Completamente esgotada fisicamente, mas em plena maturidade espiritual e misticamente
unida a Deus, ela faleceu no dia 5 de outubro de 1938, com fama de santidade, tendo apenas 33 anos de idade,  dos quais 13 anos de vida religiosa  na cidade de Cracóvia, Polônia. Beatificada em 1993, foi proclamada santa Maria Faustina Kowalski pelo papa João Paulo II em 2000. As suas relíquias são veneradas no Santuário da Divina Misericórdia, de Cracóvia.







Casa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, Plock, Praça Stary Rynek 14/18, 
na qual Jesus Cristo apareceu à irmã Faustina e lhe recomendou a pintura da imagem de Jesus Misericordioso 
e expressou o desejo de que fosse instituída a Festa da Misericórdia.





Casa da Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, onde nos anos 1933-1936 residiu a irmã Faustina 

e onde Jesus Cristo lhe ditou o terço da Divina Misericórdia. Vilna (Lituânia), Rua Grybo, 29





Convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia 
em Cracóvia – Lagiewniki, Rua Irmã Faustina 3, na Polônia 
– onde se encontra ao sarcófago com os restos mortais de irmã Faustina. 
Aqui Nosso Senhor expressou o desejo de que fosse cultuada a hora da Sua morte − a Hora da Misericórdia.








A poderosa oração de Santa Faustina


           Jesus misericordioso, eu confio em Vós! 
Nada me trará medo ou inquietação.
 Eu confio em Vós, de manhã e à noite,
 na alegria e no sofrimento, 
Na tentação e no perigo, na felicidade e no infortúnio, 
Na vida e na morte, agora e para sempre. 
Eu confio em Vós e na oração e no trabalho, 
Na vitória e no fracasso, acordada ou a descansar, 
Na tribulação e na tristeza, nos meus próprios erros e pecados 
Eu quero ter inabalável confiança em Vós. 
Sois a âncora da minha esperança, 
A estrela da minha peregrinação, 
O apoio da minha fraqueza,
 O perdão dos meus pecados, 
A força da minha bondade, 
A perfeição da minha vida,
 O consolo na hora da minha morte,
 A alegria e bênção do meu Céu.
 Jesus misericordioso, Vós, forte tranquilidade 
E fortaleza segura da minha alma, 
Aumentai a minha confiança
 e tornai perfeita a minha fé No vosso poder e bondade. 
Se eu for a mais pobre das vossas devotas,
 e a última das vossas servas,
 Desejo, porém, tornar-me grande e perfeita,
 confiando Que Vós sois a minha Salvação pelos séculos dos séculos.
 Que esta minha confiança seja uma referência para Vós, 
Agora e em todos os tempos, sobretudo na hora da minha morte! 
Amém. 

Santa Faustina (Irmã Faustina Kowalska)

São Benedito - Santo do dia 05 de outubro

São Benedito, o Negro

        Hoje é um dia muito especial para o povo brasileiro. Comemora-se o dia de são Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele e de sua origem — era africano e negro —, passou a ser amado por toda a população como exemplo de humildade e pobreza. Esse fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, "o Mouro". Tal adjetivo, em italiano, é usado para todas as pessoas de pele escura, e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós, ele é chamado de são Benedito, o Negro, ou apenas "o santo Negro".
        Há tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja celebrada em 4 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada, desde 1983, em 5 de outubro, por uma especial deferência canônica concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).


Historia

       Benedito Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai, Cristóforo, herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu, foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo.
      Cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos, brincando, profetizavam: "Nosso santo mouro". Aos 21 anos de idade, ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a Regra franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E tornou-se um religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência.
      Na Irmandade, exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e, mais tarde, foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador faleceu, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a Irmandade, ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome.
      Todos obedeceram, até Benedito, que, sem pestanejar, escolheu o Convento de Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali exerceu, igualmente, as funções mais humildes, como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações.
       Eram muitos príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim, ricos e pobres, todos se dirigiam a ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi eleito superior e, quando seu período na direção da comunidade terminou, voltou a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro. E foi na cozinha do convento que ele morreu, no dia 4 de abril de 1589, como um simples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, que o envolve até os nossos dias.
       Foi canonizado, em 1807, pelo papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado santo padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente dos cozinheiros e profissionais da nutrição. E mais: na igreja do Convento de Santa Maria de Jesus, na capital siciliana, venera-se uma relíquia de valor incalculável: o corpo do "santo Mouro", profetizado na infância e ainda milagrosamente intacto. Assim foi toda a vida terrena de são Benedito, repleta de virtudes e especiais dons celestiais provindos do Espírito Santo.







Oração de São Benedito


        São Benedito, filho de escravos, que encontrastes a verdadeira liberdade servindo a Deus e aos irmãos, independente de raça e de cor, livrai-me de toda escravidão, venha ela dos homens ou dos vícios, e ajudai-me a desalojar de meu coração toda a segregação racial e reconhecer todos os homens por meus irmãos. São Benedito, amigo de Deus e dos homens, concedei-me a graça (faça o pedido) que vos peço de coração. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.

São Benedito, Rogai por nós.


Sínodo: o que os Bispos precisariam saber...

Sínodo



A Igreja e a Família

Uma grande expectativa rodeia o 
Sínodo dos Bispos que teve início no último domingo 04 de outubro, que durante três semanas vai reunir no Vaticano centenas de pessoas para debater a missão e a vocação das famílias, na Igreja e na sociedade de hoje. Um tema que recentra o debate numa dimensão mais propositiva e menos polêmica.


Assista o vídeo a seguir.







* VÌDEO  - Padre Paulo Ricardo

Sínodo - Angelus, dia 04 de Outubro 2015



A abertura do Sínodo sobre a família foi o tema da alocução que o Papa pronunciou antes da oração do Angelus, na Praça S. Pedro, na presença de inúmeros fiéis e peregrinos ontem, domingo 04 de outubro de 2015.



Sínodo

       Durante três semanas, disse Francisco, os padres sinodais refletirão sobre a vocação e a missão da família na Igreja e na sociedade, para um atento discernimento espiritual e pastoral. Manteremos o olhar fixo em Jesus para identificar as estradas mais oportunas para um empenho adequado da Igreja com as famílias e para as famílias.



Reciprocidade

        A liturgia deste domingo, ressaltou o Papa, propõe o Livro do Gênesis sobre a complementariedade e reciprocidade entre homem e mulher. Ao deixarem os pais, os esposos se unem numa só carne e numa só vida. Desta unidade, os cônjuges transmitem a vida a novos seres humanos e se tornam pais. “Participam da potência criadora de Deus", disse Francisco, que advertiu: "Mas atenção! Deus é amor, e se participa da sua obra quando se ama com Ele e como Ele. É o amor que alimenta a relação, através das alegrias e das dores, momentos serenos e difíceis". É o mesmo amor com o qual Jesus, no Evangelho deste domingo, manifesta às crianças.

Infância maltratada

       Francisco pediu ao Senhor que todos os pais e educadores do mundo, assim como toda a sociedade, se façam instrumentos daquele acolhimento e daquele amor com o qual Jesus abraça os pequeninos.
“Penso nas muitas crianças famintas, abandonadas, exploradas, obrigadas à guerra, rejeitadas. É doloroso ver as imagens de crianças infelizes, com o olhar perdido, que fogem da pobreza e dos conflitos, batem às nossas portas e aos nossos corações implorando ajuda. O Senhor nos ajude a não sermos uma sociedade-fortaleza, mas uma sociedade-família, capaz de acolher, com regras adequadas, mas acolher. Acolher sempre, com amor.”
       Por fim, o Pontífice pede a oração dos fiéis pelos trabalhos do Sínodo, para que o Espírito Santo torne os padres sinodais plenamente dóceis às suas inspirações.

Flagelo da guerra

      Após a oração mariana, o Papa recordou a beatificação em Santander, na Espanha, de 18 monges trapistas, assassinados por sua fé durante a guerra civil espanhola. “Louvemos ao Senhor por esses testemunhos corajosos e, por sua intercessão, supliquemos que libertem o mundo do flagelo da guerra.”

Guatemala e França

       Francisco pediu ainda orações e ajudas concretas às vítimas de um deslizamento de terra na Guatemala e dos temporais na Costa Azul, na França. E saudou de modo especial os peregrinos italianos, que festejam este domingo S. Francisco de Assis, padroeiro do país.





* Via Rádio Vaticana

Papa inaugura Sínodo da família: "A Igreja seja ponte, não barreira"


Papa inaugura Sínodo da família



  
         Com uma celebração eucarística na Basílica de S. Pedro, o Papa Francisco inaugurou na manhã deste domingo (04/10) a XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que tem por tema a família.
        A Missa foi concelebrada pelos 270 padres sinodais, que a partir desta segunda-feira vão debater “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.
        Em sua homilia, o Pontífice comentou as leituras do dia, “que parecem escolhidas de propósito” para o evento que a Igreja se prepara a viver e estão centradas em três argumentos: o drama da solidão, o amor entre homem-mulher e a família.

Solidão

     Na primeira Leitura, Adão vivia no paraíso e sentia-se só. A solidão, disse o Papa, “é um drama que ainda hoje aflige muitos homens e mulheres”, e citou os idosos, os viúvos, homens e mulheres deixados pela sua esposa e pelo marido, migrantes e refugiados que escapam de guerras e perseguições; e tantos jovens vítimas da cultura do consumismo e do descarte.
     Francisco denunciou o paradoxo do mundo globalizado, "onde há tantas habitações de luxo, mas o calor da casa e da família é cada vez menor; muitos projetos ambiciosos, mas pouco tempo para desfrutá-los; muitos meios sofisticados de diversão, mas um vazio cada vez mais profundo no coração; tantos prazeres, mas pouco amor; tanta liberdade, mas pouca autonomia... Aumenta cada vez mais o número das pessoas que se fecham na escravidão do prazer e do deus-dinheiro".
     O Papa constatou ainda que há pouca seriedade em levar avante uma relação sólida e fecunda de amor. Cada vez mais o amor duradouro e fiel é objeto de zombaria e olhado como se fosse uma antiguidade. Parece que as sociedades mais avançadas sejam precisamente aquelas que têm o índice mais baixo de natalidade e o índice maior de abortos, de divórcios, de suicídios e de poluição ambiental e social.

O amor entre homem e mulher

       Deus não criou o ser humano para viver na tristeza ou para estar sozinho, acrescentou, mas para a felicidade, para partilhar o seu caminho com outra pessoa; para amar e ser amado. É Ele que une os corações de duas pessoas que se amam e liga-os na unidade e na indissolubilidade. Isto significa que o objetivo da vida conjugal não é apenas viver juntos para sempre, mas amar-se para sempre.

A família

       Citando o Evangelho de São Marcos “O que Deus uniu não o separe o homem”, Francisco afirmou que se trata de uma exortação a superar toda a forma de individualismo. Para Deus, explicou o Papa, o matrimônio não é utopia da adolescência, mas um sonho sem o qual a sua criatura estará condenada à solidão.
       Paradoxalmente, também o homem de hoje continua atraído e fascinado por todo o amor autêntico, fecundo, fiel e perpétuo. Corre atrás dos prazeres carnais, mas deseja a doação total.
        Neste contexto social e matrimonial bastante difícil, a Igreja é chamada a viver a sua missão na fidelidade e na verdade. Isto é, defender a sacralidade da vida, a indissolubilidade do vínculo conjugal, sem mudar sua doutrina segundo as modas passageiras ou as opiniões dominantes.

Caridade

       Outro elemento fundamental, todavia, é também a caridade.
“A Igreja deve viver a sua missão na caridade sem apontar o dedo para julgar os outros, mas se sente no dever de procurar e cuidar dos casais feridos com o óleo da aceitação e da misericórdia; de ser ‘hospital de campanha’, com as portas abertas para acolher todo aquele que bate pedindo ajuda e apoio.”
       A Igreja, exortou Francisco, deve procurar o homem e a mulher, para acolhê-los e acompanhá-los, porque uma Igreja com as portas fechadas trai a si mesma e à sua missão e, em vez de ser ponte, torna-se uma barreira.
“Com este espírito, peçamos ao Senhor que nos acompanhe no Sínodo e guie a sua Igreja pela intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria e de São José, seu castíssimo esposo.”






*Via Radio Vaticana

Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis




        Quase moribundo, compôs São Francisco o Cântico das criaturas. Até ao fim da vida queria ver o mundo inteiro num estado de exaltação e louvor a Deus. No outono de 1225, enfraquecido pelos estigmas e enfermidades, ele se retirou para São Damião. Quase cego, sozinho numa cabana de palha, em estado febril e atormentado pelos ratos, deixou para a humanidade este canto de amor ao Pai de toda a criação.
         A penúltima estrofe, que exalta o perdão e a paz, foi composta em julho de 1226, no palácio episcopal de Assis, para pôr fim a uma desavença entre o bispo e o prefeito da cidade. Estes poucos versos bastaram para impedir a guerra civil. A última estrofe, que acolhe a morte, foi composta no começo de outubro de 1226.
         A oração do santo diante do crucifixo de São Damião e o Cântico do Sol são as únicas obras de São Francisco escritas em italiano antigo e, por isso, são dos mais importantes documentos literários da linguagem popular. Foi nesta língua que ele certamente ditou a maioria de seus escritos, antes que os irmãos versados em letras os traduzissem para a língua comum da época, o latim.
       “Na tradição ocidental Francisco de Assis é visto como uma figura exemplar de grande irradiação. Com fina percepção sentia o laço de fraternidade e de sororidade que nos une a todos os seres. Ternamente chama a todos de irmãos e irmãs: o sol, a lua, as formigas e o lobo de Gubbio. As coisas tem coração. Ele sentia seu pulsar e nutria veneração e respeito por todo ser, por menor que fosse. Nas hortas, também as ervas daninhas tinham o seu lugar, pois do seu jeito elas louvam o Criador.
        O coração de Francisco significa um estilo de vida, a expressão genial do cuidado, uma prática de confraternização e um renovado encantamento pelo mundo. Recriar esse coração nas pessoas e resgatar a cordialidade nas relações poderá suscitar no mundo atual o mesmo fascínio pela sinfonia do universo e o mesmo cuidado com irmã e mãe Terra como foi paradigamaticamente vivido por São Francisco.”


Cântico das Criaturas

Altíssimo, onipotente, bom Senhor,

Teus são o louvor, a glória, a honra
E toda a benção.
Só a ti, Altíssimo, são devidos;
E homem algum é digno
De te mencionar.
Louvado sejas, meu Senhor,
Com todas as tuas criaturas,
Especialmente o Senhor Irmão Sol,
Que clareia o dia
E com sua luz nos alumia.

E ele é belo e radiante
Com grande esplendor:
De ti, Altíssimo é a imagem.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Lua e as Estrelas,
Que no céu formaste claras
E preciosas e belas.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Vento,
Pelo ar, ou nublado
Ou sereno, e todo o tempo
Pela qual às tuas criaturas dás sustento.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Água,
Que é mui útil e humilde
E preciosa e casta.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Fogo
Pelo qual iluminas a noite
E ele é belo e jucundo
E vigoroso e forte.

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a mãe Terra
Que nos sustenta e governa,
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelos que perdoam por teu amor,
E suportam enfermidades e tribulações.

Bem aventurados os que sustentam a paz,
Que por ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.

Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conformes á tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!

Louvai e bendizei a meu Senhor,
E dai-lhe graças,
E servi-o com grande humildade.









*Texto via http://www.franciscanos.org.br

Orações da Paz





ORAÇÃO DA PAZ 


Senhor, 
Fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.





São Francisco de Assis, Rogai por nos.

São Francisco de Assis - Santo do dia 04 de Outubro.

São Francisco de Assis     

    São Francisco é, sem dúvida, uma das mais atraentes personalidades da história; homem sem fronteiras que tem a simpatia de muitos: católicos e não católicos. O pai, notável comerciante, ambicionava que seu filho continuasse o mesmo rumo; o de um grande comerciante.
     Mas São Francisco, de gênio alegre e folgazão, não gostava de comercializar e sim sentia em si um forte pendor para os prazeres do mundo. Somente a educação sólida e a profunda religiosidade que recebera de sua piedosa mãe fizeram-no evitar cuidadosamente as más companhias. Quando jovem, Francisco sonhou com as glórias militares. Participou de uma guerra entre a cidade de Assis e a vizinha cidade de Perusa mas acabou sendo preso e colocado na cadeia onde sofreu por um ano. Quando estava pensando em outra aventura militar, sentiu repentina crise de consciência que lhe questionava a validade das ações militares.
    Retornou a sua cidade natal e, aos poucos foi amadurecendo nele uma radical conversão: Deus o chamava, não às glórias de um militar, nem à ambição do comércio mas à imitação radical da pobreza, num tempo em que a sociedade estava naufragada no materialismo e ambição. Começou pela prática do amor profundo para com os pobres; fazendo o propósito de nunca lhes negar esmola ou auxílio.
    Certa vez Francisco não tinha consigo meios para ajudar a um mendigo. Resolutamente tirou o manto novo e trocou-o pelos farrapos do pobre. Depois, num passeio a cavalo, um leproso estendeu-lhe a mão, pedindo-lhe esmola. Francisco deu uma generosa ajuda mas ao ver a mão do leproso sentiu horror e nojo. Envergonhado, porém, por esta fraqueza, tomou a mão do doente e a beijou ternamente.
     Pouco a pouco foi formando em Francisco o desejo de desfazer-se de todas as vaidades do mundo e procurar a solidão, a oração a penitência. O pai de Francisco, não suportando a escolha do filho, chegou a maltratá-lo duramente, levando-os após à presença do bispo de Assis, a fim de deserdá-lo. Com certeza, dessa forma, Francisco poderia desistir de sua escolha. Mas Francisco ainda tirou suas vestes, entregou-as ao pai, dizendo: “Até este dia vos chamei de pai. Agora poderei dizer com toda a razão: “Pai nosso que estais nos céus, porque só nele pus minha esperança”. Vestiu um grosso hábito, cingiu-se de áspero cordão, e tomou a resolução de viver em pobreza apostólica. Inicialmente foi encarado como um louco mas, aos poucos, a simpatia e a admiração de muitos lhe passaram a ser demonstradas. Outros amigos resolveram partilhar dessa sua aventura espiritual.
      Com doze companheiros, escolheu como residência uma velha capelinha fora dos muros de Assis, chamada “Porciúncula”. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, a partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria… Peregrinando até aos Lugares Santos. Aí deu início, quase sem querer ou saber, ao extraordinário movimento franciscano, que mais tarde se articulou em três Ordens. A Ordem Terceira destinava-se aos leigos que desejavam viver no mundo o espírito de pobreza evangélica adaptada ao próprio estado de vida. A Regra que ele deixou era simples:
“A pobreza, dizia, é o caminho da salvação, o fundamento da humildade, e a raiz da perfeição. Produz frutos escolhidos, mas que se multiplicam de mil maneiras. Não vos incomodeis com o conceito dos homens que vos desprezam. Pregai a penitência com toda simplicidade, confiando naquele que venceu o mundo pela humildade”.
      Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida. Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224.
Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas. O seráfico pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226, Foram 21 anos vividos em total conversão. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por Gregório IX.


São Francisco de Assis
✦   1182  - ☩   1226


Fundou as seguintes ordens:



- Ordem dos Franciscanos
- Ordem dos Capuchinhos
- Ordem dos Franciscanos Conventuais








ORAÇÃO 


 Glorioso São Francisco, Santo da simplicidade, do amor e da alegria. No céu contemplais as perfeições infinitas de Deus. Lançai sobre nós o vosso olhar cheio de bondade. Socorrei-nos em nossas necessidades espirituais e corporais. Rogai ao nosso Pai e Criador que nos conceda as graças que pedimos por vossa intercessão, vós que sempre fostes tão amigo dele. E inflamai o nosso coração de amor sempre maior a Deus e aos nossos irmãos, principalmente os mais necessitados.

São Francisco de Assis, rogai por nós. Amém.